O Renascimento foi responsável pela
grande mudança na produção das artes e dos produtos, começando a surgir nas
cidades italianas, para depois, mais tarde se expandir para todo o resto da
Europa.
Dentro
da historia do design gráfico, o renascimento se tornou marcante pela inovação
que trouxe à área do design de livros. O design de tipos, o layout de pagina,
ornamentos, ilustrações e até mesmo o projeto global do livro em si sofreram
mudanças e foram repensados pelos impressores e eruditos italianos.
Tendo
como influência dos desenhos de protótipos do alfabeto romano de Sweynheyn e
Pannartz e as margens grossas e decorativa dos primeiros livros franceses,
começou o primeiro passo para os projetos de livros da era do Renascimento e para
a inovação das tipos italianas.
O
tipógrafo italiano conhecido como Johannes de Spira, dono a primeira gráfica de
Veneza, descartou certas qualidades góticas encontradas nas fontes de Sweynheyn
e Pannartz, e estabeleceu uma concepção mais original aos seus tipos romanos,
publicando-os em seu primeiro livro, Epistolae
ad Familiares (Cartas a familiares). Em parceria com seu irmão, Vindelinus, a
edição de Spira do livro de Santo Agostinho De
Civitate Dei (A cidade de Deus), foi o primeiro livro tipográfico com
numeração de páginas.
Tipos de Spira (acima) x Jenson (abaixo).
Após a morte prematura de Spira,
tivemos a aparição de um francês chamado Nicolas Jenson, e foi o responsável por
estabelecer a segunda gráfica de Veneza. Jenson tornou-se um designer de tipos famoso
por ter utilizados os primeiros tipos no livro de Eusébio, De Praeparatione Evangelica (Preparação evangélica), tipos esses
que apresentavam o florescimento do design de tipos romanos.
Os
tipos de Jenson tinham como grande característica sua legibilidade, entretanto
foi a sua habilidade de projetar espaços entre letras e no interior de cada
forma para criar uma tonalidade mais homogênea na diagramação a página que lhe tornou
reconhecido como gênio em seu trabalho. Jenson, assim como outros impressores,
tiveram também a ideia de desenhar marcas registradas para identificar seus
livros.
Os
designers do Renascimento gostavam bastante da decoração floral. Flores
silvestres e vinhas eram aplicadas a mobila, arquitetura e também ao
manuscrito. O layout das primeiras paginas de alguns livros era enfeitado com
flores e ornamentos. Tais características decorativas eram inspiradas na
antiguidade ocidental e em formas com padronagens derivadas das culturas
islâmicas orientais. Essas molduras xilográficas e capitulares foram inovadas
graças ao alemão Ratdolt, Mestre impressor de Augsburgo e que trabalhou em
Veneza por dez anos com a ajuda de seu sócio, responsável pelo design das
molduras, Bernhard Maier.
Folha de rosto para Calendarium de Regiomontano - 1476. // Design criado por Erhard Ratdolt, Peter Loeslein e Bernhard Maier.
Os
livros impressos durante o Renascimento tiveram desenhos de tipos e também de
molduras e até gravuras criadas com a presença de leis matemáticas e princípios
geométricos, exaltando assim o Humanismo existente nessa época.
Folha de rosto para De Natura Stirpum Libri Tres (Sobre a natureza das raízes. Livro três.) // Ilustração feita por Simon de Colines.
A era renascentista fora de grande
contribuição para a melhoria no design gráfico graças as inovações geradas para
a diagramação, produção tipográfica, temática abordada, as ilustrações criadas
e o design do livro em geral.
Por: Flávia Pimenta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário